O Censo Escolar de 2023 trouxe à tona uma preocupante realidade educacional em Mato Grosso do Sul, evidenciando lacunas na oferta e adesão à Educação para Jovens e Adultos (EJA). Enquanto o país como um todo enfrenta desafios nessa modalidade de ensino, o estado registrou a maior queda no número de matrículas dos últimos dez anos, apontando para questões socioeconômicas, familiares e educacionais como determinantes para o abandono escolar.
Tendência preocupante na EJA
Os dados revelam que entre 2022 e 2023, Mato Grosso do Sul experimentou uma diminuição de 9% no número de matrículas na EJA, contrastando com um aumento nas matrículas do Ensino Regular. Esse declínio acentuado supera a média nacional de 6%, sinalizando para um cenário desafiador no acesso à educação para jovens e adultos no estado.
Anteriormente conhecida como supletivo, a EJA visa atender aqueles que não concluíram a educação básica na idade convencional, abrindo oportunidades de aprendizado para indivíduos a partir de 15 anos para o ensino fundamental e 18 anos para o ensino médio.
Desafios e oportunidades da EJA
A EJA representa uma segunda chance para muitos que tiveram a educação negligenciada em suas trajetórias de vida. No entanto, a necessidade de conciliar trabalho e estudo muitas vezes leva ao abandono escolar, refletindo a ausência de incentivos e políticas públicas que garantam a permanência dos estudantes.
Histórias como a de Erli Nunes, que aos 76 anos encontrou na EJA a oportunidade de concluir o ensino fundamental, destacam a importância desse programa como um recomeço para milhares de brasileiros. No entanto, o desafio persiste em manter esses alunos engajados e motivados, especialmente diante das dificuldades socioeconômicas enfrentadas por muitos deles.